Monday, December 25, 2006

de elefantes, cegos e várias verdades...

É uma estória antiga a dos cegos que descreveram o elefante, baseados na parte que tocaram. Um descreveu algo parecido a um tronco de árvore articulado, outro um tubo longo e flexível, outro uma superfície coriácia enorme. Estavam todos dizendo uma verdade, mas nenhum descreveu o elefante.
Nossas verdades passam pelo mesmo processo: agrupamos as informações a que temos acesso para compor os fatos. Entra aí uma nova variável no processo, a ser computada em conjunto com a cebola de vidro.
Um diretor de cinema, ao compor um filme faz diversas escolhas: a estória, o roteiro, atores, fotografia (aqui considerando iluminação, enquadramento, cores...), edição... O resultado é o que temos à disposição para interpretar e compor o significado.

Esse tipo de composição não é exclusividade do cinema. É mais ou menos como funciona o universo que nos cerca. O tempo todo colhemos dados para compor a informação. São fatos que presenciamos, notícias que ouvimos ou vemos, comentários de outros, fofocas, boatos, tudo tem seu valor para criarmos a nossa verdade.

Precisamos ficar atentos aos dados e informações que nos são repassados por terceiros. Como no exemplo do filme, estão montados de forma a representar a visão do autor. Foram filtrados e compostos por uma ou mais pessoas, orientados por seus interesses e experiências (a cebola de vidro) e não podem ser considerados como absolutos de forma alguma. A pesquisa de várias fontes diferentes, de opiniões diferentes, o uso do bom senso, a contextualização dos dados e informações nos levará a uma imagem mais confiável dos fatos.

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