Monday, November 12, 2007

Balanceando a unilateralidade

A notícia do incidente entre o Rei de Espanha e o Presidente da Venezuela veio de um lado só: apenas citou-se que Chávez chamou o ex-primeiro-ministro espanhol de "facista" e recebeu o "calaboca" real.
Interessante ver os dois lados da coisa. Segue transcrição do artigo de Mauro Santayana, publicado hoje n'O Globo:

A arrogância colonialista
O presidente Hugo Chávez é descuidado e franco no que fala. Usa, em sua retórica antiimperialista, metáforas quase divertidas, como chamar Bush de diabo. Mas não exagerou ao qualificar o ex-primeiro-ministro espanhol José Maria Aznar de fascista. Aznar, produto típico da Opus Dei, que se reorganiza com novo alento na Espanha, sempre tratou a América Latina com desdém. Em 2002, em Madri, atreveu-se a dar ordens ao presidente Eduardo Duhalde, da Argentina, para que aceitasse e cumprisse as exigências do FMI. Reincidiu na grosseria, ao telefonar a Buenos Aires, logo depois, como um dono de fazenda telefona para seu capataz, a fim de determinar-lhe a assinatura imediata do acordo com o órgão.
Conforme disse o próprio ministro de Relações Exteriores da Espanha, Miguel Angel Moratinos, Aznar deu ordens ao embaixador da Espanha em Caracas para que apoiasse o golpe contra Chávez em 2002. Com o presidente eleito preso pelos golpistas, o embaixador foi o primeiro a cumprimentar o empresário Pedro Carmona, que, também com o entusiasmado aplauso do representante dos Estados Unidos, tomava posse do governo, para ser desalojado do Palácio de Miraflores horas depois.
Não se pode pedir a Chávez que trate bem o ex-primeiro ministro espanhol, embora talvez lhe tivesse sido melhor ignorá-lo no encontro de Santiago. Mas, como comentou, na edição de ontem de El País, o jornalista Peru Egurdide, há um crescente mal-estar na América Latina com a presença econômica espanhola, identificada como "segunda conquista". A Espanha opera hoje serviços como os bancários, de água, energia, telefonia e estradas, que não satisfazem os usuários. Ainda na noite de sexta-feira, em reunião fechada, Lula e Bachelet trataram do assunto com Zapatero, de forma veemente - longe dos jornalistas.
Mas se Chávez, mestiço venezuelano, homem do povo, fugiu à linguagem diplomática, o rei Juan Carlos foi imperial e grosseiro, ao dizer-lhe que se calasse. O rei, criado por Franco, tem deixado a majestade de lado para intervir cada vez mais na política espanhola - conforme o El País critica em seu editorial de ontem. Em razão disso, as reivindicações federalistas dos povos espanhóis (sobretudo dos catalães e dos bascos) se exacerbam e indicam uma tendência para a forma republicana de governo. Pequenos episódios revelam o conflito latente entre os espanhóis e seu rei. Já em 1981, quando do frustrado golpe contra o Parlamento Espanhol, o comportamento de sua majestade deixou dúvidas. Ele levou algumas horas antes de se definir pela legalidade democrática. Para muitos, o golpe chefiado por Millan del Bosch pretendia que todos os poderes fossem conferidos a Juan Carlos, em um franquismo coroado.
Os dirigentes latino-americanos tentarão, diplomaticamente, amenizar a repercussão do estrago, mas o "cala a boca" de Juan Carlos doeu em todos os homens honrados do continente. O rei atuou com intolerável arrogância, como se fossem os tempos de Carlos V ou Filipe II. A linguagem de Zapatero foi de outra natureza: pediu a Chávez que moderasse a linguagem. Como súdito em um regime monárquico, não pôde exigir de Juan Carlos o mesmo comportamento - o que seria lógico no incidente.
Durante os últimos anos de Franco, a oposição republicana espanhola se referia ao príncipe com certo desdém, considerando-o pouco inteligente. Na realidade, ele nada tinha de bobo, mas, sim, de astuto, vencendo outros pretendentes ao trono e assumindo a chefia do Estado. Agora, no entanto, merece que a América Latina lhe devolva, e com razão, a ofensa: é melhor que se cale.

Nem a atidude de Chávez, nem a do Rei Juan Carlos cabem em chefes de estado. Mas é bom que não se crucifique apenas um dos protagonistas.

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Wednesday, October 03, 2007

Limites no jornalismo

Como tenho usado este espaço para criticar a criação de verdades pela imprensa, que pode, entre outras conseqüências, condenar um inocente sem que o mesmo tenha chance de se defender, achei interessante divulgar essa nota do Portal Imprensa, sobre uma recomendação do Sindicato dos Jornalistas de Portugal para que não se furtem a "cumprir escrupulosamente seus deveres/regras éticas", que não se tornem "proponentes de teses sem fundamentação justificada". Diz ainda que "A competição entre órgãos de comunicação e jornalistas pela audiência não deve-se fazer à custa de atropelos éticos".
O caso em questão é o do desaparecimento da menina Madeleine MacCann, no qual a imprensa portuguesa tem feito sérias acusações a todo momento.
Até o momento não sei de nenhuma manifestação de jornalistas ou órgão de comunicação portugueses sobre cerceamento da liberdade de expressão ou de imprensa.
A recomendação, cujo texto completo você encontra aqui é bastante razoável, e vai de encontro a tudo que tenho defendido aqui.

Saturday, September 29, 2007

Realidade Virtual

Num universo virtual criado pela Rede Globo nesta madrugada, o treino classificatório da Fórmula 1 em Fuji começou às 2h11min. As imagens mostradas pela Rede Globo mostravam fatos ocorridos 11 minutos antes, apesar de trazerem os dizeres AO VIVO em um dos cantos da tela. Eufemisticamente chamo de criação de um universo virtual. Na unha mesmo, diria que mentiram!

Friday, September 21, 2007

Escolhendo os adjetivos

No livro "A manipulação do público: política e poder econõmico" (Editora: Futura ISBN: 857413144x), Noam Chomsky mostra como as notícias são compostas, sem mentiras, com fatos apenas, mas enfocando-os de forma a defender interesses.
Incrível como a tese é universal. Apesar dos casos apontados no livro terem sido colhidos na imprensa Norte-Americana, toda a imprensa é um campo fértil para colhermos exemplos.
Vejam como a imprensa trata casos semelhantes: quando o caso envolve membros do governo, é o "mensalão do PT"; quando envolve políticos da oposição é o "mensalão mineiro".
Ainda, no tratamento do caso, praticamente o único nome mencionado é o de Walfrido Mares Guia, que é ministro do governo; o nome de Renato Azeredo, o maior beneficiado pelo esquema, segundo o relatório da PF, mal é mencionado; o de Aécio Neves, nem aparece...
Como mineiro preferia que qualificassem o caso de outra forma.

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Wednesday, September 19, 2007

Interpretação

As pessoas constroem a própria verdade. Já disse isso aqui, algumas vezes. Vejam esse exemplo. O garoto faz um desenho, alguém acha que se parece com uma arma E O SUSPENDEM DA ESCOLA!
A interpretação é livre, e a paranóia influencia fortemente, com conseqüências seríssimas...

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Monday, September 17, 2007

Indignação Seletiva

A imprensa dá o maior destaque e fomenta a indignação nacional acerca da não cassação do presidente do senado. Independente da minha opinião sobre o senador, reforço que não há provas do que quer que seja, que haverá uma investigação e que, caso se prove algum ilícito, o nobre senhor será condenado, e, consequentemente, poderá ter seu mandato cassado; o "crime" apontado seria de que o patrimônio do senador excede o que possibilitaria sua renda. Crime contra a receita. Foi noticiado nesta semana que a Senadora Heloísa Helena está com uma pendência com a Receita Federal por não ter recolhido impostos sobre sua verba de gabinete; Quando é que o povo vai às ruas pedir a cassação da Senadora? Nunca, pois o assunto ainda estána justiça, e a Senadora não foi condenada. O caso é muito semelhante.
Voltando a indignação, onde estavam os indignados quando os ministros do STF mandaram soltar os acusados das investigações da Operação Navalha da Polícia Federal, estes sim presos após uma investigação?
E será que vamos nos indignar contra o MInistro do STF, Marco Aurélio de Mello, que mandou soltar o banqueiro Salvattore Cacciola, perpetrador de uma das maiores fraudes contra a economia nacional? Será que a liminas à época também foi concedida com a faca no pescoço?
Temos que desvincular nossa indignação da vontade da imprensa nacional.

Sunday, September 09, 2007

Sujeira debaixo do tapete

No momento em que a mídia joga todos os holofotes no caso do mensalão, não dedica uma linha à notícia de que 105 parlamentares são alvo de investigação no STF. O fato de que a maioria deles é da oposição não deve ter nada a ver com a opção de nossa imprensa imparcial de não divulgar o fato.

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Wednesday, September 05, 2007

OVNIs no Haiti

O vídeo com OVNIs no Haiti é excepcionalmente bem feito, e gerou um movimento quase histérico na Internet. A própria Internet ajudou no esclarecimento do ocorrido, uma experiência de um profissional de cinema que superou o efeito esperado.
Interessante notar como as pessoas se dedicaram a discutir os vídeos e como a coisa se espalhou rapidamente.
Do jeito que as coisas andam, uma coisa dessas acaba virando verdade...

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Saturday, August 18, 2007

O comício do "CANSEI"

O texto é do G1, mas copiei do Blog do Azenha.
Peguei só essa parte que mostra como as vítimas do acidente da TAM estão sendo usadas. Vale a pena dar uma olhadinha no post completo.


A IVETE PERDEU ALGUÉM?

Deu no G1:

"Enquanto o protesto acontecia, os familiares [das vítimas do acidente da TAM] ficaram represados na rampa de acesso ao palco. Nem se quer a presença do grupo foi citada pela organização.

"Disseram que o palco estava cheio e que poderia cair se subíssemos. Estava cheio de artistas e seguranças. Nós éramos quem deveria estar lá em cima", disse Luciana Haensel, filha de Ângela Haensel, que veio de Porto Alegre para participar do ato em memória de sua mãe, passageira do vôo 3054 da TAM.

"Isso não nos abala. Vamos fazer a nossa homenagem logo mais, à tarde. Fomos usados por este movimento", disse Ana Queiroz, mãe de Arthur Queiroz, vítima do acidente aéreo, que veio do Recife.

"A Ivete perdeu alguém? Não perdeu", completou, referindo-se à cantora Ivete Sangalo, que subiu no palco junto com os demais artistas convidados".

A verdade seletiva que chega a nós pela imprensa precisa ser melhor escrutinada. precisamos buscar mais fontes antes de formarmos qualquer opinião. Vamos abrir o olho!

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Sunday, July 29, 2007

Veja, nas cordas

Roberto Civita, presidente do Grupo Abril, é colocado nas cordas na entrevista da newsletter eletrônica "Jornalistas & Cia", quando questionado sobre a estratégia "jornalística" da revista Veja.
Vale a pena ler o artigo de Luiz Veiss sobre o caso no Observatório da imprensa.
O amálgama de opiniões e fatos em que se transformou o jornalismo no Brasil não traz nada de positivo. Civita diz que o público demanda a indignação do Jornalista, mas deve haver um meio de atingir esse objetivo sem descambar para o sensacionalismo, sem desrespeitar as leis, sem ignorar e distorcer fatos...

Saturday, July 21, 2007

A pista de Congonhas

Segundo o IPT, Instituto de Pesquisas Tecnológicas, a pista de Congonhas, submetida a testes em 13/07/2007, quatro dias antes do acidente, apresentava-se acima dos padrões de aderência recomendados pela ICAO (Organização de Aviação Civil Internacional). Deu na Folha. O IPT é vinculado ao Governo do Estado de São Paulo. O IPT não é do PT. Nem a Folha. A seguir, o texto:
Após acidente, IPT conclui que pista tem condições de atrito mesmo sem "grooving"

DA SUCURSAL DA FOLHA DE SÃO PAULO EM BRASÍLIA - 21/07/2007

O relatório parcial feito pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) na pista principal do aeroporto de Congonhas, a pedido da Infraero após o acidente com o Airbus da TAM na terça, diz que o asfalto no local tem condições de atrito acima do padrão internacional de qualidade mesmo sem o sistema de escoamento de água.
A ausência de "grooving", ranhuras para o escoamento de água, é apontada por especialistas como um possível dificultador da frenagem da aeronave.
O IPT, ligado à Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo, diz que o trabalho tem "caráter de assessoramento técnico e não fiscalizador dos seus serviços". Segundo o relatório, a pista principal de Congonhas passou pelo teste de atrito em pista molhada conhecido como "mumeter", em que simuladores de rodas recebem película de água de 1 milímetro.
No teste, o coeficiente de atrito nos locais onde os pneus das aeronaves costumam tocar durante o pouso ficou entre 0,68 e 0,73. No Brasil, o parâmetro é de 0,5. Já a Icao (Organização de Aviação Civil Internacional) recomenda o valor mínimo de 0,42. Abaixo desse valor, segundo o IPT, deve ser informada a possibilidade de pista escorregadia e, abaixo de 0,52, devem ser planejadas atividades de manutenção.
A medição do coeficiente de atrito foi realizada no dia 13 de julho, quatro dias antes do acidente. Ela faria parte de um relatório mais completo, que ainda será feito, mas foi antecipado devido ao acidente.
O relatório analisou também a integridade do asfalto. A medição do IPT mostrou valor de resistência entre 89% e 96%, quando o mínimo requerido é de 70%. Os relatórios finais serão entregues à Infraero em 27 de julho, 7 e 17 de agosto. (ANGELA PINHO E FERNANDO RODRIGUES)
Vamos ver a repercussão deste laudo na imprensa em geral... e se passam a colocar pelo menos parte da culpa em José Serra (o que seria tão incorreto quanto colocar a culpa pelo acidente em Lula).

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Friday, July 20, 2007

Politização da tragédia

Quase não consigo acreditar no que vejo. A imprensa tem se aproveitado da tragédia com fins políticos. Quem não vê é porque não quer ver. Acho realmente que a quantidade de vôos em Congonhas beira a insanidade, mas isso não é resultado unicamente de determinação do governo. Há um interesse fortíssimo das empresas aéreas para que isso seja assim. A falha do governo aqui é permitir que a ANAC defenda sempre os interesses de TAMs, GOLs e afins!
Há indícios que pousar em Congonhas com apenas um reverso seria arriscado, e de que na segunda-feira o mesmo avião teria utilizado toda a pista para conseguir parar, sem chuva.
Aí vem a Globo, mostrando imagens de um assessor da presidência fazendo "gestos obscenos" quando soube da notícia do defeito. E critica, e interpreta como comemoração. Desculpe. Está claro na imagem a indignação das duas pessoas que aparecem na imagem. Os gestos, todos nós fazemos semelhantes. As palavras, claramente legíveis nos lábios de um dos protagonistas: "filhos da puta". Confesso que tive a mesma reação. Filhos da puta sim! Filhos da puta os que mantiveram a aeronave operando mesmo com defeito. Filhos da puta os que capitalizam politicamente o sofrimento de outras pessoas. Filhos da puta os que demonizam reações de indignação que se igualam à que muitos de nós tivemos, classificando-as como "comemoração".

Monday, May 07, 2007

Caos aéreo e CPI

Interessante esse artigo do José Augusto Valente, Secretário de Política Nacional de Transportes/MT, que, baseado em dados de atrasos de vôos desde 2005, aponta o início da crise em nov/2006; nem o controle militar, nem a sobrecarga de trabalho dos controladores, nem o mármore usado nas reformas dos aeroportos podem ser apontados como causa, uma vez que tudo isso já existia antes desta data. Em seguida, o autor sugere um roteiro para os trabalhos da CPI. Para ler, refletir e discutir, antes que a imprensa e as empresas aéreas consigam nos enrolar, mais uma vez!

Monday, April 02, 2007

História e fatos

Pesquisando sobre a "batalha das Temópilas", depois de assistir a "300" esbarrei em um conceito interessante, que estava enterrado lá nos mais fundos recônditos da minha mente. O relato histórico de Heródoto de Halicarnasso está longe dos fatos apurados em várias descobertas arqueológicas. Aparentemente, além dos 300 de Esparta, estavam nas batalha outros 7000 homens, que lutaram no desfiladeiro contra os persas (Frank Miller cita os 7000 homens no quadrinho, mas no filme não fica claro). Além disso, Heródoto fala de cerca de dois milhões de homens no exército persa, quando, aparentemente, não passavam de 120 mil (número que Milles também aponta).
É possível que os números tenham sido distorcidos com o tempo, uma vez que Heródoto teria escrito seu relato 40 anos depois da batalha. Também é possível que o exagero tenha um objetivo de valorizar o povo grego.
A verdade é que, freqüentemente, a história se distancia dos fatos. Na escola de Letras, costumávamos chamar a história de ficção oficial, uma estória que se passou a contar, combinando os fatos de forma a mostrar uma imagem conveniente a quem escreveu e ao contexto em que foi escrita, o que bate totalmente com a idéia de construção da verdade que tenho defendido aqui.

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Thursday, February 22, 2007

Apagão aéreo

Tenho insistido que o tal "apagão aéreo" tão divulgado pela nossa imprensa é fabricado. Os número de atrasos apresentados são vazios, se não comparados com o número normal de atrasos. Há anos tenho costume de sair de Congonhas à noite, quando vôo no horário é a exceção.
No blog do Paulo Henrique Amorim há uma comparação de Congonhas com o Aeroporto La Guardia, em NY; precisamos abrir o olho!

Sunday, February 11, 2007

Prêmio, que prêmio?

A ministra Marina Silva foi agraciada pela ONU com o prêmio Campeões da Terra por seu trabalho na preservação da Amazônia, que reduziu o ritmo do desmatamento em aproximadamente 50% nos últimos dois anos. O destaque dado ao evento pela imprensa nacional foi exatamente nenhum, semelhante ao que aconteceu quando Lula recebeu o prêmio Estadista do Ano. Interessante o artigo publicado no Observatório da Imprensa comentando o fato. Mais manipulação de informações afim de que se estabeleça uma verdade fundamentada em interesses específicos. É cada vez mais necessário buscar informações de diversas fontes. Não acredite, PESQUISE!

Monday, February 05, 2007

Mais pesos e medidas diversos

Hugo Chávez tem plenos poderes temporários para executar reformas essenciais: sinal inequívoco de poder ditatorial;
Aécio never tem plenos poderes temporários para executar reformas essenciais: necessidade inadiável para a execução de um plano de governo aprovado democraticamente.
A imprensa tanto faz para defender um só lado da estória, que se enrola e se contradiz sem nem perceber. Ou percebe e nem liga, confiando na distração do leitor/ouvinte/espectador.
São tão adeptos da isenção que se isentam inclusive da coerência.

Tuesday, January 30, 2007

Esquerdismo?

Há uma forte tendência em se negar a campanha maciça da imprensa nacional, senão mundial, contra qualquer idéia que possa ser identificada como "de esquerda" ou que contrarie o pensamento neo-liberal. Ultimamente tem se insistido muito na situação da Venezuela, na dita "derrubada da democracia" que estaria em curso naquele país. Uma coisa que precisa ser dita e entendida é que democracia, por definição, é a vontade do povo, e que na Venezuela é exatamente o que tem acontecido, como disse o novo presidente da OAB, nessa entrevista à Folha de São Paulo, citada no blog do Zé Dirceu. Se toda a imprensa Venezuelana mostra notícias contrárias ao governo do presidente Chávez, é exatamente porque a liberdade de expressão está garantida, porque não há censura. Pelo contrário, as imprensa Venezuelana é que vem censurando a divulgação de fatos, e até manipulando imagens e informações, de forma apenas um lado do fato. Para quem questiona a manipulação e a censura, recomendo o documentário "A revolução não será televisionada". Produzido por cineastas Irlandeses, o filme mostra o GOLPE DE ESTADO, que ocorreu na Venezuela em 2001, como foi orquestrado pela grande mídia, como foi implementado e como foi divulgado. Muito interessante a cena que mostra manifestantes de uma passeata pró-Chávez supostamente atirando contra manifestantes anti-Chávez: cenas omitidas pela imprensa local mostram que os manifestantes pró-Chavez foram alvejados por atiradores de elite, e que disparavam em direção à rua vazia, sem saber de onde vinham os tiros; apenas mudando o enquadramento da câmera, o outro lado do fato aparece. O filme, apesar de não ter tido muito destaque, é facilmente encontrado na internet.

Tuesday, January 09, 2007

A contribuição da imprensa

Um relato interessante que mostra como funciona a isenção e a imparcialidade nos meios de comunicação, vindo de dentro da boca do dragão.

http://www.observatoriodemidia.org.br/artigo18.asp

Para ler e refletir